Homenagem

XVII Supermaratona Cidade do Rio Grande – 50 km/2010
Homenageada – Lucélia Moreira Chepe

Lucélia Moreira Chepe, idade 32 anos, funcionária pública federal aposentada por invalidez, desportista há 14 anos, afastada do esporte devido ao acidente de motocicleta. Casada há 10 anos com Marcio Roberto Neves Chepe, também desportista e com quem construiu uma família com dois filhos.
Sua busca por uma vida saudável começou muito cedo, com apenas 10 anos de idade acompanhava sua mãe nas aulas de aeróbica, logo após conciliou as aulas de ginástica com a dança. Praticou durante anos o jazz realizando diversas apresentações. Ao terminar o curso e devido à falta de tempo livre para freqüentar uma academia começou a praticar a corrida, esporte que a fascinou por não ser caro, ser possível fazer seu próprio horário de corrida no tempo disponível e o mais importante estarmos constantemente sempre tentando vencer nossas próprias barreiras (ou limites), tudo isso aliado a uma vida mais saudável.
Iniciou, portanto sua vida esportista em 1992 somente se dedicando ao atletismo com intuito de adquirir bem estar físico e manter seu peso, sem participar de competições. Realizava seus treinos de corrida diariamente no canalete da Rua Major Carlos Pinto, praticava também natação e hidroginástica no Sport Clube Rio Grande, conciliando sempre sua vida esportista com a estudantil. Mas foi no ano de 1996 que o atletismo passou a ter maior importância na sua vida, pois conheceu o Professor de Educação Física Paquito, o qual a convidou a integrar a equipe do Regatas, passando a ser seu treinador e preparador físico.
Nessa ocasião seus treinamentos se intensificaram, sua alimentação mereceu atenção especial para poder acompanhar os treinos agora realizados no Clube Regatas e começou a participar de competições na cidade de Rio Grande e também em Pelotas. Com o passar do tempo passou acalentar o sonho de participar da Super Maratona, mas acreditava ser somente um sonho bem distante de ser atingido. Foi quando seu treinador a incentivou a torná-lo realidade, dando o incentivo e preparo físico necessário. Sua contribuição foi realmente muito importante para que a atleta participasse de competição de tão grande extensão, elevado nível e porte.
Participou portanto de duas edições da Super Maratona, no ano de 1997 e 1999. Na IV edição, prova comemorativa dos 262 anos da cidade do Rio Grande, obteve como colocação o 2º lugar na sua categoria e 3º lugar feminino da cidade de Rio Grande e na premiação por equipe seu treinador recebeu o troféu como maior equipe de Rio Grande, representando o Clube Regatas.
No inicio de 1997 ao final de 1998 fixou residência no Rio de Janeiro como militar, devido ter sido aprovada no Curso de Formação de Praças sendo promovida a graduação de 3º sargento da marinha. Mas sua vida dedicada ao atletismo continuou lá, participou de diversas competições internas aos militares tanto de atletismo como natação. Aproveitou a oportunidade e participou de uns dos mais marcantes e bonitos percursos de sua vida no atletismo, a Meia Maratona Internacional do Rio. Participou de duas edições seguidas no ano de 1997 e de 1998.
Mas foi no ano de 1999, na VI edição da Super Maratona que conseguiu obter o 1º lugar na sua categoria, ocasião em que retornava a cidade de Rio Grande para assumir seu cargo como funcionária pública federal, na Procuradoria da República no Município de Rio Grande. Contava sempre com incentivo de seus pais, que sempre marcavam presença em todas as competições da qual participava e agora contando também com o apoio de seus chefes e novos colegas de serviço.
Esteve dois anos afastada das competições de corrida devido ao nascimento de seu filho Vinícius. Mas ao voltar a competir em 2001 nas rústicas estava agora acompanhada de seu marido Márcio, desportista também mas que em virtude da falta de tempo para praticar o surf e o jiu-jítsu aderiu ao atletismo, visando assim total integração familiar pois treinavam e participavam juntos de diversas competições, conseguindo usufruir maior tempo da companhia um do outro ao mesmo tempo em que praticavam um esporte que lhes permitia um vida bem mais saudável.
Atualmente encontra-se afastada do esporte por estar andando com auxílio de muleta devido ao acidente em que foi vítima, fato ocorrido em maio de 2006, quando dirigia uma motocicleta e foi abalroada por uma carreta na BR 392, provocando a fratura de três ossos da perna direita sendo que o fêmur ainda permanece quebrado acompanhado de osteomielite crônica na tíbia. Desde o acidente realizou nove cirurgias na perna ainda restando mais a serem feitas dependendo da sua recuperação fato que faz com que caminhe ainda com dificuldade embora passado tanto tempo do ocorrido.
Durante esse longo percurso nas competições obteve 21 troféus e 23 medalhas, todas guardadas com o muito amor e orgulho marcando o tempo de grandes vitórias atléticas na sua vida.